Caso aconteceu nesta sexta-feira (21), em Lauro de Freitas, na Bahia.
Segundo colega de infância, vítima não tem envolvimento com drogas.
Informações G1 BA
Um jovem foi baleado na perna durante uma abordagem da Polícia Militar na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, nesta sexta-feira (21). De acordo com testemunhas, Saulo Emerson, de 29 anos, passava de moto pelo local onde os policiais estavam, com uma pessoa sem capacete na garupa, e foi sinalizado por eles a parar. A vítima, então, teria reduzido a velocidade do veículo, mas, mesmo assim, um dos agentes atirou contra ele. Um vídeo feito por um cinegrafista amador mostra a confusão logo após a abordagem e o jovem ferido ainda na pista. [veja o vídeo]
(Foto: Reprodução) |
Um amigo de infância de Saulo, que prefere não se identificar, informou que conversou com outras pessoas que estavam no local no momento da abordagem para saber melhor como tudo aconteceu. "Uma mulher que tirou fotos da situação teve o celular tomado por um policial. Além disso, outro cara foi agredido pelos policiais e perdeu um dente depois que levou um murro no rosto. O policial pegou o celular, apagou os vídeos e ainda levou ele preso", afirma.
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O momento da agressão foi flagrado por um cinegrafista amador. As imagens, feitas com um aparelho celular, mostram o momento em que um dos PMs está conversando com uma mulher que estava no local e teria filmado a ação. Em seguida, um homem se aproxima, conversa com os agentes e tenta evitar que o aparelho seja tomado pelo policial. Depois, ele é agredido pelo PM.
Uma mulher que presenciou a situação afirma que o homem agredido no rosto por um dos PMs é um comerciante que tentou defender uma funcionária que teve o celular tomado pelos agentes. "Ele é proprietário de uma loja aqui e, quando viu a forma como o policial abordou a funcionária que estava filmando a situação, veio falar com os agentes. Mas o policial disse que ele chegou com desacato e deu um murro nele. Um absurdo", afirma.
Denúncia
O amigo Saulo informou que chegou ao local no momento em que ele estava sendo atendido por uma ambulância do Samu. "Ele disse para mim que não fez nada de errado, que parou quando o policial mandou e que não tinha necessidade de eles terem feito isso. O cara não soube lidar com a situação e atirou. Foi um abuso de poder desnecessário no centro da cidade, em um local de muita movimentação", afirmou. "Ele ficou muito triste pelo fato de ter tomado o tiro, mas a dor acaba sendo maior pela injúria, por ele ser negro, talvez", afirma.
O amigo Saulo informou que chegou ao local no momento em que ele estava sendo atendido por uma ambulância do Samu. "Ele disse para mim que não fez nada de errado, que parou quando o policial mandou e que não tinha necessidade de eles terem feito isso. O cara não soube lidar com a situação e atirou. Foi um abuso de poder desnecessário no centro da cidade, em um local de muita movimentação", afirmou. "Ele ficou muito triste pelo fato de ter tomado o tiro, mas a dor acaba sendo maior pela injúria, por ele ser negro, talvez", afirma.
Segundo o colega da vítima, um policial ainda chegou a pegar a mochila de Saulo e jogar dentro da viatura. "Quando chegou na frente da delegacia, ele disse que tinha encontrado droga na mochila dele, mas isso não é verdade", conta.
O colega de Saulo disse que ele foi levado para o Hospital Aeroporto, onde permanece internado. "Ele tem plano de saúde lá e já fez cirurgia. O médico falou que ele vai ter que passar de dois a três anos em tratamento, porque o tiro esfarelou a tíbia da perna esquerda. Inclusive, ele chegou a correu o risco de perder a perna. Os médicos já descartaram essa hipótese, mas ele ainda pode ficar sem movimentar o pé", afirma.
O G1 tentou contato com a unidade médica, para saber do estado de saúde da vítima, mas, até a publicação da reportagem, não obteve êxito. A Polícia Militar também foi procurada pela reportagem para falar sobre o ocorrido, mas as ligações não foram atendidas.