Mesmo com a identificação da PF no carro, os agentes foram abordados por oito policiais militares que ordenaram que os dois recolheram suas armas e saíssem com as mãos para cima
Informações Correio24horasEx-prefeita do município de Ibicoara, Sandra Vidal (PCdoB) (Foto: Reprodução) |
Os dois agentes da Polícia Federal cumpriam diligências, em 2011, para interrogar os moradores da cidade para instruir inquérito policial sobre compra de votos em benefício do atual deputado federal, Edson Pimenta, ex-companheiro da ex-prefeita Sandra Regina. Os moradores teriam recebido cestas básicas no ano de 2010 em troca de votos para Edson Pimenta.
Na época, Sandra Vidal avisou sua filha e chefe de gabinete, Tayin Lua Vidal Pimenta, sobre a investigação, que acionou os PMs para impedir as diligências dos agentes federais. Tayin Lua também avisou os ex-servidores da prefeitura Natal Neto Luz e João Santos Reis e o vereador do município de Anagé, Igor Leonardo Oliveira Macário. Os três seguiram o carro dos policiais federais para facilitar a localização, avisar os militares e acompanhar a abordagem.
Mesmo com a identificação da PF no carro, os agentes foram abordados por oito policiais militares que ordenaram que os dois recolheram suas armas e saíssem com as mãos para cima. O veículo federal foi revistado enquanto os agentes tinham armas apontas para suas cabeças. Ainda de acordo com o MPF, durante todo a ação os PMs fizeram repetidas e graves ameaças, inclusive de morte.
Os agentes chegaram a questionar os nomes dos militares, mas eles se recusaram a falar. Os PMs Joselito Domingos Cruz, Eliomar Ferreira Lemos, Marco Antonio Miranda Nascimento, Lindinei Ribeiro Andrade, Alécio Marques de Andrade, Robério Bispo Braga, Francisco Vitoria Moreira e Francisco Jesus de Souza foram reconhecidos pelos agentes federais posteriormente. Ainda de acordo com o MPF, o ex-servidor João Santos, que acompanhava a ação, ainda declarou falsamente ser policial civil.
Todos os envolvidos no processo são acusados por crime de coação no curso do processo. Se condenados, os réus podem ficar presos de um a quatro anos, além de terem decretada a perda do cargo ou função pública. Por se passar por um policial, João Santos Reis também pode ser condenado pelo crime de falsa identidade e pegar de três meses a um ano de cadeia ou multa.
Todos os envolvidos no processo são acusados por crime de coação no curso do processo. Se condenados, os réus podem ficar presos de um a quatro anos, além de terem decretada a perda do cargo ou função pública. Por se passar por um policial, João Santos Reis também pode ser condenado pelo crime de falsa identidade e pegar de três meses a um ano de cadeia ou multa.
A assessoria da Polícia Militar informou em nota que abriu uma sindicância para investigar o caso, mas que não encontrou erro nas ações dos PMs. Ainda segundo a assessoria, os militares não sabiam que os dois homens abordados eram policiais federais - apesar de os agentes alegarem que o carro em que estavam tinha a identificação da PF - e que eles foram liberados após a identificação.
"Ao receber a denúncia, a Polícia Militar instaurou uma sindicância e, após investigação, verificou não ter havido indícios de ameaça ou outro tipo de conduta ilícita por parte dos policiais militares. Segundo a guarnição, a PM foi acionada para realizar uma abordagem sem ter conhecimento de que os abordados eram policiais federais. Após eles terem sido identificados foram liberados", diz a nota.
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