Dono de clínica da BA que atende pelo SUS diz que valor certo é R$ 50 mil.
Quantia foi estornada de conta, mas ele não sabe onde dinheiro foi parar.
Informações G1 BA
Extrato da conta onde foi depositado quase R$ 1 milhão (Foto: Arquivo Pessoal) |
Um médico de Salvador, proprietário de uma clínica que presta serviço ao SUS, recebeu por engano na conta bancária da unidade de sáude um depósito de quase R$ 1 milhão, feito pelo Ministério da Saúde. Roberto Jacobino, dono da clínica Lithocenter Hospital Dia, localizada no bairro da Graça, conta que o depósito foi feito em 11 de novembro, mas desconfiou do valor repassado que, segundo ele, está bem acima da quantia de R$ 50 mil que costuma receber do SUS.
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“Temos que ser honestos. Se o dinheiro não é meu, tenho que devolver", afirmou Roberto. O médico conta que, ao perceber o erro, foi até uma agência da Caixa Econômica Federal e procurou a gerente da unidade, que se surpreendeu com a quantia, mas confirmou que o depósito de R$ 999 mil foi feito pelo Ministério da Saúde. O problema ficou ainda mais complicado quando, 17 dias após o depósito, o valor foi estornado da conta da clínica, e o médico não sabe onde o dinheiro foi parar.
Documento enviado pelo Ministério da Saúde (Foto: Arquivo Pessoal) |
"Foi feito um estorno da conta da empresa 17 dias depois que o dinheiro foi depositado. Mas eles não poderiam ter tirado o dinheiro da minha conta após o prazo de 24 horas, porque só com autorização do titular é que o valor pode ser estornado. Agora, estamos aguardando para saber qual o promotor que vai direcionar o processo. Quero saber onde foi parar o dinheiro", afirma.
Roberto revelou que na última quinta-feira (11), ele recebeu uma correspondência do Ministerio da Saúde. "Dizia que o dinheiro foi colocado indevidamente na conta e que eles autorizaram a Caixa a retirar o valor da minha conta", afirma. Entretanto, o médico questiona o fato do Ministério ter autonomia para fazer uma movimentação em contas bancárias de terceiros. "Eles não podem fazer isso porque eu sou o reponsável pela minha conta", diz.
O Ministério Público Federal informou nesta segunda-feira (15), por meio da assessoria de comunicação, que o processo ainda está sob análise do procurador Fábio Loula, que tem um prazo de até 30 dias para ingressar com uma ação na Justiça ou optar pelo arquivamento do caso.
O G1 também entrou em contato com o Ministério da Saúde, que informou que os depósitos são de responsabilidade da Caixa Econômica Federal. A Caixa, por sua vez, afirmou em nota que informações sobre movimentações financeiras são protegidas legalmente por sigilo bancário.