Jovem de 23 anos queria patrimônio e seguro de vida, disse polícia na BA.
Adolescente executor disse ter recebido R$ 2.500 para cometer crime.
Informações G1 BA
Suspeita de matar marido em Catu é presa. (Foto: Divulgação/PC) |
A estudante de direito Monique Francielle dos Santos Silva, de 23 anos, presa por contratar um adolescente para executar o próprio marido a facadas, na cidade de Catu, na Bahia, já tinha tentado matar a vítima outras duas vezes para ficar com o patrimônio da vítima e receber o seguro de vida dele.
A informação foi divulgada pelo delegado Flávio Góis, da 2ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), que investiga o caso. Antes das tentativas de homicídio, segundo a polícia, a mulher sempre utilizava suco com uma substância química para dopar o rapaz, o estudante de enfermagem Darlan dos Reis Pinto. Darlan era pai do filho de 2 anos de Monique.
A mulher foi presa na quarta-feira (13), quase um mês após o crime, na casa onde mora, localizada na zona rural do município, a cerca de 90 quilômetros de Salvador. O adolescente apontado como executor confessou o crime e foi apreendido. De acordo com o delegado, o menor disse em depoimento que recebeu R$ 2.500 para matar o homem a facadas.
"O adolescente foi contratado por ela para executar a vítima. Ele disse que ela deu entrada de R$ 500, antes do crime, e deu o restante do dinheiro depois da execução do serviço", disse o delegado, em contato com o G1, nesta quinta-feira (14).
saiba mais
Conforme a polícia, no dia do crime, Monique teria dado um suco ao marido antes de sair com ele para a faculdade particular onde estudavam, na cidade de Alagoinhas. O homem foi executado, após pegar no sono, com facadas na cabeça e no pescoço.
"Ela correu um risco grande, porque ele foi sentir os efeitos quando estava drigindo o carro com ela na estrada a caminho da faculdade. O rapaz poderia ter perdido o controle do veículo. Os dois voltaram para casa e, quando chegaram, ele dormiu dentro do carro. Foi então que o adolescente chegou e o matou com uma faca", destacou o delegado.
O adolescente, que não tem passagens pela polícia, disse que conheceu Monique por meio de uma rede social. "Ele disse que ela já havia mandado ele matar o marido em outras duas ocasiões. Ela sempre fazia o mesmo: dopava ele colocando alguma substância no suco dele e chamava o adolescente para cometer o crime. Mas nas outras duas vezes o menor não teve coragem", afirmou o delegado.
Ainda conforme o delegado Flávio Góis, Monique permaneceu em silêncio durante todo o interrogatório. A moça também, assim como o adolescente, não tem passagens pela políca. "Ela estava interessada no seguro de vida do companheiro e também estava de olho na casa e num sítio que ele tem. O crime foi premeditado, porque ela planejou e articulou toda a ação criminosa", destacou.
A mulher e o adolescente responderão por homicidio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, segundo o delegado. Monique deverá ser encaminhada nos próximos dias para o presídio feminino de Feira de Santana ou para Salvador. O adolescente também será transferido para internação em Feira ou na capital baiana.