Professora da UFBA explica que bola de fogo seguida pelo deslocamento de uma massa de ar é típica da explosão destes corpos celestes
Informações Correio24horas(Foto: Reprodução) |
Um meteorito é a causa mais provável do tremor que assustou o Estado no último domingo, segundo informa a professora do Departamento de Geologia da Universidade Federal da Bahia, Débora Rios. A liberação de energia decorrida da explosão do corpo celeste teria feito o chão, portas e janelas balançarem em cidades como Salvador, Itaparica, Sapeaçu, Santo Antônio de Jesus e Lauro de Freitas.
“Os indicativos são grandes de que tenha sido a entrada de uma rocha espacial, um corpo extraterrestre. Eu já tenho relato de pessoas, principalmente de surfistas, da entrada da bola de fogo e que testemunharam a explosão no ar. Quando eu tenho uma explosão no ar eu tenho um deslocamento de uma massa de ar, uma onda de choque, que foi o que fez as janelas tremerem”, disse Débora.
Todos os dias, corpos celestes tentam atravessar a atmosfera, mas geralmente explodem antes de chegarem a uma altura em que a sua passagem seja visível. A professora dá como exemplo as estrelas cadentes, que são justamente essa bola de fogo resultante da explosão.
Um dos sortudos que conseguiram ver a explosão foi o técnico em informática Valmir Araújo, 56 anos, morador de Alagoinhas. Ele, que estava correndo no bairro do Teresópolis, viu uma bola de fogo no ar, apesar de não ter ouvido ou sentido o tremor. "Ontem de manhã eu tava correndo, olhei para cima e vi uma faixa de fogo. Foi tudo bastante curto. Depois, teve uma explosão e uma bola de fogo, que depois apagou", contou.
Ele ficou admirado com o espetáculo porque foi a primeira vez que viu algo assim durante o dia. "Eu já tinha visto essas coisas à noite, as estrelas cadentes. Eu imaginei que a explosão tinha sido bem grande para ter visto de manhã", disse. Quando soube que a terra tremeu em Salvador ele associou logo a um meteorito, pois já tinha visto algo semelhante na televisão quando houve um evento deste tipo na Rússia.
Onde está o meteorito?
A expectativa dos cientistas baianos é achar os fragmentos deste meteorito para que ele possa ser estudado. O problema é que a depender da intensidade da explosão, a rocha pode ter se partido em fragmentos muito pequenos. Débora acrescenta que como a explosão aconteceu muito cedo, diminuem as chances de alguém tenha presenciado a queda das pedras.
A expectativa dos cientistas baianos é achar os fragmentos deste meteorito para que ele possa ser estudado. O problema é que a depender da intensidade da explosão, a rocha pode ter se partido em fragmentos muito pequenos. Débora acrescenta que como a explosão aconteceu muito cedo, diminuem as chances de alguém tenha presenciado a queda das pedras.
“Se alguém vir uma rocha preta, mais pesada que uma pedra comum, que tem uma espécie de mossa, como se fosse uma massa de modelar. Outra dica para as pessoas conseguirem identificar o meteorito, é que ele é atraído por um imã”, explicou Débora. Ela orientou que quem encontrar uma rocha com essas características pode entregar à direção do Instituto de Geociências da Ufba.
Terremoto descartado
Na noite do último domingo (26), o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) informou em nota que as trepidações sentidas no Estado não foram um terremoto.
Na noite do último domingo (26), o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) informou em nota que as trepidações sentidas no Estado não foram um terremoto.
O professor do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília, George Sande, informa que especialistas de todo o Brasil têm discutido desde ontem a possível causa para o tremor. Segundo ele, o descarte da possibilidade de ter havido um abalo sísmico se deve também ao fato de não terem sido registrados outros terremotos durante durante o dia. Em eventos deste tipo, geralmente acontecem uma série de pequenos tremores, porque a Terra não libera toda a energia de uma vez.
O sinal mais próximo de abalo sísmico registrado no dia de ontem foi em Sergipe, na cidade de Gararu. Porém, o professor do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília, George Sande, explica que este tremor não tem relação com o ocorrido estado da Bahia. O fato é que o tremor foi de baixa magnitude, 2,5 graus na Escala Richter e não teve força suficiente para atingir a capital baiana, que fica a cerca de 450 km de distância. Além disso, o evento aconteceu às 3h50 da madrugada, três horas antes do abalo em Salvador.
Compartilhar WhatsApp