Informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia, neste domingo. Suspeita de injúria racial foi presa no sábado, em Salvador.
Informações G1 BALiberdade provisória foi concedida em audiência de custódia neste domingo (Foto: Tribunal da Justiça da Bahia) |
A mulher que se recusou a ser atendida por funcionários negros em uma delicatessen de Salvador foi liberada após audiência de custódia, neste domingo (7). A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Como é ré primária e não apresenta antecedentes criminais, a liberdade provisória da suspeita foi concedida. De acordo com a decisão da juíza Luciana Amorim, a defesa alegou que a mulher sofre de transtorno mental de natureza incurável.
A decisão da juíza Luciana Amorim determinou que a mulher não poderá mudar de residência sem permissão da autoridade processante e deve comparecer todas as vezes que for intimada para atos do inquérito e da instrução criminal, sob pena de revogação da liberdade.
A suspeita também deve apresentar, em no máximo 60 dias, um laudo médico psiquiátrico a respeito da sanidade mental dela. Ela também não poderá ausentar-se da própria residência por mais de 30 dias, sem comunicar o local onde será encontrada.
Caso haja descumprimento das obrigações impostas pela juíza, a mulher poderá ter a prisão preventiva decretada. A suspeita estava detida na Central de Flagrantes desde a tarde de sábado (6).
Caso
O caso aconteceu no sábado, na delicatessen Bonjour, na Rua Rio Grande do Sul, bairro da Pituba, em Salvador. A Polícia Militar foi acionada após informações de que uma mulher estava fazendo ofensas racistas contra funcionários negros do estabelecimento.
Mulher é presa após se recusar a ser atendida por negros (Foto: Reprodução/ Correio) |
No local, os PMs tentaram conter a situação, mas a mulher desacatou também o sargento comandante da guarnição do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da unidade. De acordo com a PM, ela foi apresentada na Central de Flagrantes, onde a ocorrência foi registrada. Ela ficou detida até a audiência de custódia, realizada neste domingo.
Em nota, o estabelecimento informou que a cliente falou no local que não queria ser atendida no buffet por funcionários negros. Outra cliente interviu, partiu em defesa do grupo de funcionários e chamou a polícia. Ainda em nota, a delicatessen repudiou o ato racista da cliente.
"Reforçamos nossa extrema ojeriza a qualquer tipo de atitude preconceituosa. Há mais de 10 anos, desde a sua inauguração, que o staff da Bonjour é formado, em sua grande maioria, de trabalhadores negros - dos quais a Bonjour tem muito orgulho em tê-los em sua equipe. Repudiamos a atitude e esperamos que a mesma não se repita: seja ela em qualquer outra circunstância". Compartilhar WhatsApp